[Histórias Jewel] Yumeiro Jewel

E a festa começava… Estava num salão extremamente luminoso e ricamente ornamentado, com as minhas amigas “da Escola”… Esperem lá! Nunca as vi antes! Mas tenho aquela sensação que as conheço muito bem.
Do outro lado do salão, estavam alguns rapazes, de idades variadas. Todos eles apresentavam-se bem-vestidos, envergando roupas de baile, tal e qual as roupas que o príncipe da Cinderela usava.
De repente, as luzes apagaram-se.
-Quem cortou a luz? – ouvi alguém perguntar, estupidamente, seguido de alguns risinhos.
A porta do fundo do salão de baile abriu-se, deixando entrar uma mulher alta, bonita e resplandecente, que parecia emitir uma luz tão quente e tão brilhante como a do sol.
-Que o baile comece! – proclamou a mulher, numa voz suave, macia e melodiosa.
Nesse instante, todas as luzes voltaram, ainda mais brilhantes do que anteriormente. Música (valsa) começou a tocar e os rapazes aproximaram-se do local onde eu e as outras raparigas estávamos, escolhendo os seus pares de dança.
Um rapaz loiro, de olhos azuis, com o cabelo comprido preso atrás por um laço de cetim azul, aproximou-se de mim e estendeu-me a mão.
-Dás-me a honra desta dança?
Eu corei ligeiramente e aceitei o convite, aproximando a minha mão da dele. Nesse momento, um sentimento quente e pacífico envolveu-me, como nunca me tinha acontecido antes. Mais uma vez, tinha a certeza que conhecia aquela figura muito bem, como se fosse parte de mim.
Ele guiou-me até ao meio da pista de dança, onde assumiu a liderança da valsa. Dançamos a música toda e eu não pronunciei uma única palavra. Fiquei calada, a observar a beleza estonteante de tal personagem. No fim, ele levou-me até uma varanda do palácio. Eu continuava calada, atrás dele, sem conseguiu desviar os olhos.
-Quem… és tu? – perguntei, por fim.
Ele colocou-me um dedo em frente aos lábios, pedindo que me calasse. Eu obedeci à ordem quase que mecanicamente.
-Cattie… - disse ele. Como é que ele sabia a minha alcunha?
Depois aproximou-se de mim, cada vez mais, e mais… até que…
-CATARINA! ACORDA! – ouvi chamar, muito ao longe.
Toda a imagem, dele a aproximar-se de mim, se dissolveu e, quando abri novamente os olhos, estava deitada, toda torta, na cama, com os lençóis a cair e com um pé de fora.
-Outra vez um sonho – pensei – Que lugar é aquele? Quem são aquelas pessoas?
-Catarina, anda lá, levanta-te, daqui a pouco o teu pai está à tua espera, lá fora, no carro, para te levar ao colégio.
-Sim, sim…. – resmunguei eu.
Levantei-me devagar e a muito custo. Depois, lá me arranjei e peguei na mochila, descendo para ir comer qualquer coisa (pão com chocolate e leite, muito provavelmente), antes de sair.
Depois fui até ao carro, e a viagem até à escola começou.

~~~~~~Entretanto, na Jewelland~~~~~~

-Caros Jewelpets! E começa mais um ano escolar! Como os vossos velhos parceiros terminaram aqui, os seus estudos, pelo menos, para o ano que passou, pedimos que voltem à terra e encontrem um novo companheiro humano! – disse uma senhora baixa, gorda, vestida à moda das bruxas. Era a Halite-sensei.
O director Moldavite, empoleirado na sua bola de cristal verde, escutava tudo atentamente.
Os vários Jewelpets olharam entre si, com os olhos feitos de joias descomunalmente brilhantes.
Novos jewelpods foram distribuídos e, de um momento para o outro, uma imensidão de portais azuis foi aberta, e todos os Jewelpets desapareceram… Iriam à procura dos seus novos companheiros humanos…!

~~~~~~Portugal~~~~~~~

Cheguei ao colégio. Despedi-me do meu pai e saí, com um saltinho do carro. Acho que vi uma sombra a passar por mim! Mas o que poderá ter sido?
Resolvi não ligar ao que pensava ter visto. Comecei a descer uma das grandes ruas da cidade, encaminhando-me para a escola… mas… Lá estava a sombra outra vez!
Parei imediatamente de andar e fiquei a observar o que me rodeava. A sombra não podia ter desaparecido! Novamente, lá estava aquilo! Desta vez consegui observar com pormenor! Tratava-se de uma coelha rosa, com um laçarote azul na cabeça. Não resisti à curiosidade e decidi segui-la. Naquele momento, nem me passou pela cabeça que, se não fosse para a escola dentro de pouco tempo, iria chegar tarde. A curiosidade matava-me por dentro.
Comecei a correr, atrás da coelha rosa (já pareço a Alice a correr atrás do coelho branco! Será que aquele coelho também me vai levar a algo como o País das Maravilhas?). Depois, de uns bons minutos a correr, eu já estava toda transpirada e com o cabelo despenteado.
-Espera, sua coelha rosa! – gritei, por fim, já ofegante da corrida que tinha dado.
O animal parou a sua corrida e olhou para trás. Eu aproximei-me lentamente.
-Até que enfim que paraste de correr! – protestei eu – Já nunca mais chego a tempo às aulas… Não acredito que cometi tamanha estupidez para vir atrás de ti!
-Não fiques triste! – Disse a coelha. Esperem lá. PÁRA TUDO! O animal falou? Desde quando é que os animais falam?
-Tu….Tu…. FALAS! Ai… É melhor avisar a polícia que os coelhos falam! – gritei eu.
A coelha continuou a olhar para mim. O olhar dela era sinistro.
-Quem és tu? – perguntei, novamente.
Ela saltou para o meu ombro e eu assustei-me.
-Eu sou Luna, sou uma Jewelpet, cuja minha pedra é a Pedra Lua – respondeu ela.
-E eu acredito em histórias da carochinha.
-Acredita em mim! Eu sei que tens muitos sonhos a realizar! Consigo senti-lo! E eu estou disposta a ajudar-te e a acabares com essa tua indecisão em relação ao futuro e tudo mais! – disse a coelha.
Ao ouvir aquilo, recuei, assustada. Como é que ela sabia da minha vida?
-Vamos aprender magia. Eu vou levar-te para o sítio onde os sonhos se realizam, se quiseres ser a minha parceira – disse ela.
Afinal sempre parece a história da Alice. Será que ainda continuo a sonhar?
-Vamos lá! – disse ela – Acredita que a magia existe.
Eu lá acabei por acreditar. Se os coelhos falam, o pai natal também deve existir. Ah, e o coelho da páscoa.
A Luna abriu um círculo azul e depois disse-me para eu entrar ali. Eu lá a segui, e segui, e segui, e continuei a seguir… através de um “mar” de círculos azuis, com palavras escritas numa língua desconhecida lá gravadas.
Por fim, ela lá decidiu entrar num outro círculo mágico e… acho que foi má ideia, pois começamos a cair.
-Catarina, repete comigo! – disse ela.
-Repetir o quê? – perguntei, enquanto caíamos.
-Tinkle Tinkle, Magical Charm! Winkle Winkle Jewelflash! – disse a Luna.
Eu lá repeti aquilo. Nem sei bem porque o fiz. Mas quanto reparei, estava com umas roupas muito estranhas e … melhor ainda, conseguia voar!
Que sítio será este? Ainda há muito por descobrir, mas fico feliz por a Luna me ter trazido até aqui.